Comerciantes e proprietários de diversos estabelecimentos localizados na Avenida São Camilo realizaram hoje uma reunião na sede do Método De Rose, localizada na mesma avenida, para discutir a segurança da via. Segundo os proprietários, nos últimos 30 dias, houve mais de 15 casos de furtos, ocorridos preferencialmente de madrugada.
Os relatos dos presentes dão conta de que os criminosos geralmente invadem os locais de madrugada, quando não há mais ninguém trabalhando, e levam equipamentos de valor (televisões, câmeras, etc). Marcos, proprietário do De Rose, demonstrou preocupação. “Por enquanto, estão levando apenas bens materiais, sem contato direto conosco. E quando começarem a invadir nossos locais de trabalho com funcionários e/ou clientes dentro?”, diz ele.
Para explicar algumas questões importantes e prometer providências, esteve presente no local o Capitão Ernesto Diniz, da Polícia Militar de São Paulo. Munido de um pequeno texto explicativo, ele ensinou aos presentes a diferença entre o bandido profissional e o esporádico. O esporádico geralmente é menor de idade, age sem planejamento e demonstra nervosismo e agressividade durante a ação. O outro perfil é o profissional, que planeja seus crimes com antecedência e por isso atua com calma e segurança, geralmente tratando suas vítimas com mais “gentileza”, se é que se pode usar o termo para um assaltante. Os comerciantes foram unânimes em classificar os criminosos que agiram por ali recentemente como “esporádicos”.
O Capitão Ernesto prometeu intensificar rondas noturnas no local, ampliando assim a atuação da Polícia Militar, que já vem fazendo blitzes na região durante o dia, abordando motoristas e conferindo documentos. Segundo os comerciantes, estas ações também se fazem necessárias à noite, quando os criminosos mais atuam, em parte devido à presença de duas casas noturnas na região, que trouxeram mais opções de divertimento noturno para o granjeiro, mas também trouxeram álcool e jovens de más intenções, uma combinação perigosa.
Questionado sobre a possibilidade da contratação de seguranças particulares ou vigias munidos de motocicletas para a realização de rondas 24 horas, o capitão Ernesto foi enfático: “Primeiro, esperem a reação da polícia. Se mesmo assim as coisas não melhorarem, aí vocês devem recorrer às empresas particulares”, disse o policial, que lembrou a todos da importância de se registrar boletins de ocorrência toda vez que houver algum crime. Alguns comerciantes afirmam que até tentaram registrar o B.O., mas não foram conseguiram fazê-lo via internet, ou não foram atendidos rapidamente na delegacia. Um deles disse que sua loja sofreu uma invasão às 3h e uma viatura só chegou às 8h – cinco horas depois.
O Capitão Ernesto ouviu as reclamações e pediu a todos que sempre chamem a polícia quando desconfiarem de alguma coisa. “Nem que seja só um gato”, brincou o policial.