Embu das Artes – Granja News https://www.granjanews.com.br O Jornal da Granja Viana e Região Tue, 07 May 2024 20:54:04 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.8.9 Dança solo Olho D’água, do …AVOA! Núcleo Artístico, faz apresentações em Embú das Artes https://www.granjanews.com.br/danca-solo-olho-dagua-do-avoa-nucleo-artistico-faz-apresentacoes-em-embu-das-artes/ Tue, 07 May 2024 20:54:04 +0000 https://www.granjanews.com.br/?p=67978 Um percurso autobiográfico e familiar às margens de três rios desvela o momento presente, a infância e memórias de antepassados. A partir desta premissa, a dançarina e pesquisadora Luciana Bortoletto, do …AVOA! Núcleo Artístico, apresenta Olho D’água – dança solo, fruto de uma pesquisa acerca do encontro com três rios do Estado de São Paulo, suas memórias e das comunidades que habitam seus entornos. A performance Olho D’ água , depois de passar pela cidade de Bebedouro, se apresenta em São Paulo nos dias 10, 11 e 19 de maio e em Embú das Artes nos dias 11 e 12 de maio (veja serviço abaixo). A obra é resultado do Projeto Deságua, contemplado pelo PROAC Editais nº 03/2022 – Dança e Performance – Produção de espetáculo inédito.

 

Para elaborar Olho D’água, Luciana Bortoletto realizou pesquisas nos territórios nos quais estão localizados os rios: Embu-Mirim, rio Pirajussara e rio Turvo, situados respectivamente nos municípios de Embu das Artes, São Paulo – capital, no bairro Jardim Jussara e o último, em Bebedouro, no distrito de Turvínia. A escolha coloca em perspectiva memórias pessoais e também do encontro com outros habitantes, coletadas em cada uma das localidades por meio de uma escuta social e organizadas em inventários participativos, propondo uma interlocução com o campo da museologia social. “Foi muito interessante realizar esta escuta social, pois chegamos a um dissenso. Para cada pessoa uma coisa diferente devia ser preservada, por isso trago também para a dança estas narrativas não-oficiais. O que as pessoas consideram como memórias relevantes”, explica Luciana Bortoletto, dançarina e criadora do projeto.  

 

Para compor o projeto, a dançarina realizou as experiências de caminhar, coletar, escutar pessoas e rios que cortam três cidades: o rio de atual morada da performer, o rio e o córrego localizados no lugar vivido na infância e o rio que originou o povoado onde sua avó materna nasceu. A dança, com base na linguagem de improvisação, estabelece a interação entre o corpo e elementos de cada território dispostos em cena, produzindo imagens, gestos, sonoridades, sentidos e elaborando composições em tempo real. “O processo é transdisciplinar. Quase tudo vira material para a improvisação. Poemas, gravuras, fotografias, coletas de elementos naturais e da flora de cada localidade, pesquisas sonoras e musicais, gestos observados e experimentados nas diferentes topografias, paisagens, contextos, margens de rios. As memórias sensíveis de cada local”, coloca.   

 

Videodança e dossiê

Todo o processo e apresentações irão se transformar em uma videodança produzida em parceria com o videomaker Marcos Yoshi. No Museu da Pessoa, algumas histórias de vida de pessoas que deram seus depoimentos serão compartilhadas com o público, com o intuito de preservar suas memórias e ampliar o alcance de suas vozes.

 

Boa parte dos materiais produzidos e coletados também será retornada às comunidades, por meio de um dossiê e também das apresentações. Em uma parceria firmada com o Portal MUD – Museu da Dança, têm sido compartilhados textos produzidos ao longo do processo e o dossiê também ficará disponível para consulta.

 

Ficha Técnica – Projeto Deságua

Idealização, pesquisa e performance: Luciana Bortoletto / …Avoa! Núcleo Artístico
Dramaturgismo: Élder Sereni
Coreógrafa convidada: Vanessa Macedo
Figurino: Telumi Hellen
Aprendiz/Auxiliar de figurino: Thiemy Maria
Pesquisa de cantos de trabalho (domínio público): Luciana Bortoletto
Edição de trilha sonora e percussão: Luciana Bortoletto e Carlos Ávila
Consultoria de Inventários Participativos: Cecília Machado
Videodança: Marcos Yoshi
Fotografia: Silvia Machado
Produção: Júnior Cecon – Plural Produções Artísticas e Culturais
Produção de campo: Vitória Savini
Assistentes de Produção: Raissa Bagano
Designer Gráfico: Rafael Markhez
Comunicação Digital: Portal MUD
Assessoria de Imprensa: Márcia Marques – Canal Aberto
Articuladores locais: Rogério Carlos (Bebedouro-SP) e Marcel Moreno (Embu das Artes/SP)

Parcerias: ETEC de Artes/Parque da Juventude, Encena Companhia de Teatro, Parque Chácara do Jóquei

Apoios: Cooperativa Paulista de Dança, Templo Budista Zen Enkoji e Prefeitura de Embu das Artes

Agradecimentos: Suzana Aguiar e Rede Borborema de Agroecologia (PB), Otacílio Alacran, Kasulo Espaço de Arte, Cia Fragmento de Dança, Cláudia Huertas, Orias Elias e Walter Lins.

Projeto contemplado pelo PROAC Editais nº 03/2022 – Dança e Performance – Produção de espetáculo inédito – Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.

 

SERVIÇO
OLHO D’ÁGUA

Dança solo com Luciana Bortoletto 


São Paulo/SP


10 e 11/05* às 15h – Parque Chácara do Jockey (Av. Prof. Francisco Morato, 5300 – Vila Sônia)

19/05** às 16h – Sede da Encena Companhia de Teatro (Rua sargento Estanislau Custódio, 130 Jardim Jussara – Butantã)

* Apresentação aberta ao público;
** Retirada de ingressos com até 30min de antecedência do início do espetáculo.

Embu das Artes/SP

11/05* às 10h – Em frente ao Museu da Arte Sacra dos Jesuítas (Largo dos Jesuítas, 67 – Centro, Embu das Artes)

12/05* às 10h – Centro Cultural Mestre Assis (Largo 21 de Abril, 29 – Centro, Embu das Artes)

* Apresentações abertas ao público.

Classificação indicativa: Livre

Duração: 40 min 

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FRACASSADOS PELO ÊXITO https://www.granjanews.com.br/fracassados-pelo-exito/ Tue, 16 Apr 2024 15:14:58 +0000 https://www.granjanews.com.br/?p=67627  

Ah, esta quinzena traz consigo um novo tema. Que prazer reviver esse momento aqui com você! Imagine só, ouvi essa expressão recentemente e parei para dar ouvidos novamente, refletindo sobre o que exatamente estavam me comunicando. Um tanto confuso, pedi uma breve explicação, e então, como se fosse uma represa rompendo, tudo veio de uma vez só. Parece que entendi toda a história, o que resultou em muitas risadas. Adoro quando me deparo com ideias novas e até mesmo contraditórias. Elas me fazem pensar e me levam a lugares que nem mesmo sei ao certo onde ficam. Mas vamos lá, deixe-me explicar; mas antes, permita-me fazer uma pergunta.

Por que certas pessoas bem-sucedidas em suas trajetórias profissionais acabam tomando decisões que frequentemente as conduzem ao fracasso?

A resposta está na tendência delas em não aproveitar plenamente os benefícios que o sucesso pode proporcionar. Um sentimento de culpa surge porque pessoas próximas a elas não conseguiram alcançar o mesmo patamar de sucesso; amigos e familiares foram deixados para trás, no início ou ao longo do caminho.

É essencial não deixar que o medo do sucesso tome conta e, uma vez conquistado, é fundamental enfrentar os desafios que ele traz consigo. Algumas pessoas fogem de sua verdadeira vocação, ignorando sinais cruciais em suas vidas que as convidam a serem mais autênticas. Esses sinais podem surgir em diversas situações, como durante doenças, acidentes, experiências amorosas ou ao contemplar obras de arte. Cada indivíduo sabe quando foi tocado por essas experiências, questionado e instigado a se tornar mais autêntico.

Antes de abordar o medo e a resistência associados ao convite para a profundidade e à realização pessoal através da superação do eu, é vital reconhecer os diferentes medos que precedem o medo da transcendência. Ou seja, o receio diante do êxito

No ano de 1915, enquanto tratava pacientes com neuroses, Freud notou um fenômeno inesperado: o sucesso profissional desencadeava neles uma considerável ansiedade. Essa observação deu origem a uma ideia que, junto à ansiedade, gerava um sentimento de culpa, resultando em um estado melancólico que poderia perdurar por vários anos. Essas pessoas eram identificadas como aquelas que sofriam com o sucesso, temendo não serem capazes de mantê-lo para sempre em todos os aspectos.

Quando o sucesso permanece no plano dos sonhos e desejos, a neurose do sucesso nem sempre se manifesta. No entanto, assim que o sucesso se torna realidade, como após uma promoção, por exemplo, é possível que aqueles beneficiados não o suportem. É provável que você conheça pessoas com esse tipo de problema – que, ao obterem uma promoção, ao invés de se alegrarem, adoeçam.

Freud argumentava que as pessoas adoecem quando um de seus sonhos mais profundos e duradouros se realiza. Não é incomum que o ego tolere um sonho como algo inofensivo, desde que sua concretização permaneça apenas como uma projeção, parecendo nunca se realizar. É como quando sonhamos em ter um parceiro, e quando finalmente o encontramos, consideramos o sonho improvável e o ignoramos.

Essa ponderação é fascinante porque há muitas pessoas entre nós que sonham e idealizam o sucesso e a plenitude. No entanto, por que esses sonhos frequentemente não se realizam?

Existem indivíduos de grande inteligência, tanto homens quanto mulheres, que parecem se organizar meticulosamente, apenas para falhar em seus empreendimentos, mesmo possuindo plenas capacidades para alcançá-los. Por quê será? Essa dinâmica é conhecida como “neurose do fracasso”. Quando estamos prestes a triunfar, quando nossos sonhos estão à beira de se concretizarem, de alguma forma, inconscientemente sabotamos nossos próprios esforços. Esse fenômeno pode ser observado em algumas pessoas como um processo doloroso e perplexo.

Freud ilustra essa ideia com o caso de um professor universitário que por anos aspirou à cátedra de seu mentor. Contudo, quando finalmente essa oportunidade se concretizou, devido à aposentadoria do mentor, o professor mergulhou em uma profunda depressão que só foi superada após longo período.

Um psicólogo como Fenichel pode interpretar o medo do sucesso como resultado do sentimento de indignidade. É importante, portanto, analisarmos nossa própria relação com o sucesso, compreendendo nossos desejos e temores em relação a ele. Talvez, dentro desse medo do sucesso, esteja embutido um sentimento de indignidade, decorrente de críticas e julgamentos que sofremos no passado.

Quando uma criança é repetidamente desvalorizada, seja sendo dito que ela nunca alcançará nada, que não é inteligente ou que não sabe fazer algo, ela internaliza essas mensagens. E se eventualmente alcança o sucesso, inconscientemente pode sentir que ele não é merecido.

Como cita Fenichel: “O sucesso pode ser percebido como uma conquista injusta, que intensifica sentimentos de inferioridade e culpa. Ele não só pode resultar em punição imediata, mas também alimentar uma ambição crescente, criando o medo de futuros fracassos e sua consequente punição.”

Para Karen Horner, o medo do sucesso pode derivar do receio de despertar inveja nos outros, levando à perda de seu afeto. Alguns indivíduos temem o sucesso porque não desejam despertar ciúmes alheios, uma preocupação profundamente arraigada. Os antigos gregos expressavam isso de forma poética: “Os deuses invejam o sucesso dos homens”, pois acreditavam que o sucesso humano ameaçava as prerrogativas divinas.

Heródoto observou que muitas culturas antigas acreditavam que o excesso de sucesso trazia consigo um perigo sobrenatural, enxergando a mão da inveja divina por trás dos acontecimentos históricos. Segundo essa visão, indivíduos muito ambiciosos atraíam uma série de infortúnios. A segurança, portanto, residia na obscuridade. O provérbio “Para viver feliz, viva escondido” encapsula essa ideia de que a felicidade está associada ao anonimato ou à falta de ambição.

O medo da diferença é um elemento crucial. Antes de alcançarmos um estado de harmonia e aceitação, precisamos confrontar e vivenciar nossos desejos e temores. Somente após experimentá-los podemos transcendê-los. O complexo envolve não apenas o temor do sucesso ou a culpa associada a ele, mas também o receio de ser diferente e consequentemente rejeitado pelos outros.

Muitos indivíduos contemporâneos optam por uma espécie de auto-castração, renunciando ao seu potencial, originalidade e independência com medo da exclusão e do ostracismo. Existem aqueles que desempenham o papel que lhes é atribuído, porém, sua verdadeira essência não está presente. Essa desconexão pode gerar um profundo desconforto, até mesmo resultando em doença.

Certa vez, um discípulo de São Tomás de Aquino indagou: “Se minha consciência me orienta para uma ação e o Papa me instrui a realizar outra, a quem devo obedecer?”

A resposta de Santo Tomás de Aquino pode surpreender alguns. Ele não simplesmente instruiu o discípulo a obedecer ao Papa, mas a seguir sua própria consciência, buscando constantemente esclarecê-la. É crucial não separar as duas partes da orientação: “Obedeça à sua própria consciência” e simultaneamente “procure esclarecê-la”.

Podemos nos enganar, mas não podemos nos iludir indefinidamente. Reconhecer nossa capacidade de equívoco é essencial, enquanto simultaneamente buscamos clareza em nosso caminho, mantendo esses dois aspectos em equilíbrio. Às vezes, isso requer coragem para nos diferenciarmos de nosso ambiente e das figuras que consideramos autoridades. Caso contrário, corremos o risco de nos perder na negação do que nos torna autênticos.

Um verdadeiro mestre ou líder não nos priva de nossa liberdade. Em vez disso, eles nos oferecem ferramentas para reflexão e uma série de práticas para que possamos conquistar nossa própria liberdade. Suas palavras não substituem as nossas, mas as enriquecem. Seus desejos não suplantam os nossos. Não somos marionetes, soldados ou seguidores cegos de seus ensinamentos, mas nos tornamos indivíduos livres, enriquecidos pela sabedoria e pela experiência que eles compartilham conosco.

A pressão social exerce uma influência tão intensa que muitas pessoas tentam resolver seus problemas pessoais adaptando-se cegamente às normas e valores do grupo. Distanciadas de sua própria consciência, elas adotam a conformidade como único critério para julgar a aceitabilidade de atitudes, tanto individuais quanto coletivas.

Um grupo saudável é capaz de abrigar indivíduos diversos, com pensamentos e visões de mundo distintos, que se enriquecem mutuamente por suas diferenças. Pois, quando todos compartilham o mesmo pensamento e se fecham na mesma concha, a capacidade de pensamento individual se perde… A relação deixa de ser uma troca de ideias e se transforma em submissão a uma doutrina comum. É como se a água da chuva só conseguisse gerar flores de uma única cor quando cai em um campo.

É interessante observar que quando um ensinamento é flexível o suficiente para florescer em diferentes formas, ele encontra aplicação em diversos contextos e ambientes. Isso indica que estamos em um ambiente que promove nossa evolução em vez de nos reprimir ou bloquear.

O temor às mudanças é um fenômeno comum, mesmo quando essas mudanças podem levar a uma vida melhor e mais feliz. Para algumas pessoas, o abandono de velhos hábitos e a perda do familiar criam um estado insuportável de insegurança. A sensação de segurança muitas vezes está associada ao previsível, mesmo que isso implique infelicidade e sofrimento.

Esse desejo por segurança é especialmente evidente em indivíduos psicóticos, cuja infância pode ter sido marcada pela ideia de que qualquer mudança representa uma ameaça. A separação da mãe ou do ambiente familiar foi apresentada a eles como algo equivalente à morte e ao caos, gerando um medo arraigado em relação a qualquer alteração.

É importante notar que um excesso de segurança pode impedir o desenvolvimento pessoal, mas também é verdade que uma liberdade excessiva pode resultar em grande angústia. Quando uma criança não conhece seus próprios limites, o medo de não se enquadrar nos padrões estabelecidos pode gerar o medo de se conhecer verdadeiramente.

Por fim e resumindo bem minha fala por aqui, lidar com o fracasso requer discernimento para reconhecê-lo, coragem para enfrentá-lo e sabedoria para aprender com ele.

Roberto Marinho

Publicitário e Psicanalista

Contato: Robertomarinho28@gmail.com

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Onde há medo, há desejo. https://www.granjanews.com.br/onde-ha-medo-ha-desejo/ Fri, 05 Apr 2024 20:48:27 +0000 https://www.granjanews.com.br/?p=67442  

Que alegria. Fico tão feliz quando estou escrevendo minhas crônicas para você. Hoje, por exemplo, é dia de mais uma delas por aqui. Meu encontro com Você é quinzenal, de forma midiática e no Granja News. Desta vez, pensei em um tema recorrente na minha vida, mas que, nunca parei para pensar ao certo, como estou fazendo hoje: A paridade do medo com o desejo. Nossa, como eles caminham bem juntinhos. Na verdade só tenho medo daquilo que tenho desejo. Eu por exemplo, tenho muito medo andar de moto pelas ruas de Sampa, por razões óbvias, mas tenho um desejo absurdo de comprar uma moto e sair por aí motoqueando, muitos risos.

Eu penso que, ao deparar-se com “Medo e Desejo”, me vem à mente uma reflexão mais profunda sobre suas minhas próprias emoções. Chego a conclusão e a compreensão de que é mesmo preciso “doar o medo”. Assim, sugiro um movimento de confronto e aceitação das minhas vulnerabilidades internas. Vejo o medo como um obstáculo à autenticidade e a verdadeira expressão de mim mesmo. A máscara do medo está posta como uma forma de proteção que oculta minha verdadeira identidade. Isso pode ser também, o seu caso, não seria?

A expressão “Onde há medo, há desejo”, é frequentemente associada à psicanálise, embora não seja uma citação direta de Sigmund Freud ou de qualquer outro psicanalista famoso. No entanto, ela encapsula um princípio psicológico subjacente que é explorado dentro da teoria psicanalítica. Na psicanálise, por exemplo, o medo e o desejo são frequentemente vistos como interligados de várias maneiras:

Defesa: Segundo a psicanálise, o medo pode surgir quando o ego (a parte consciente da mente) percebe uma ameaça à sua integridade ou ao equilíbrio psicológico. Esse medo muitas vezes está ligado a desejos inconscientes que são reprimidos ou suprimidos pela consciência. Por exemplo, alguém pode sentir medo de intimidade ou proximidade emocional devido a desejos sexuais ou de amor não reconhecidos ou mal resolvidos.

Inibição e Recalque: Freud propôs que desejos e impulsos que são considerados socialmente inaceitáveis ou moralmente condenáveis podem ser reprimidos para evitar sentimentos de culpa ou vergonha. Esses desejos reprimidos podem então ressurgir como medo, especialmente se a pessoa teme que suas defesas psicológicas falhem e os desejos reprimidos venham à tona.

Atração pelo Proibido: O medo muitas vezes está associado ao desconhecido ou ao proibido. Na psicanálise, o desejo pode ser exacerbado pelo fato de algo ser proibido ou tabu. Isso pode levar a uma interação complexa entre o medo de consequências negativas e o desejo de experimentar algo considerado fora dos limites.

Simbolismo: Em alguns casos, o medo pode ser simbólico de desejos mais profundos. Por exemplo, alguém pode ter medo de voar não apenas devido a preocupações com a segurança, mas também porque voar pode simbolizar uma sensação de liberdade ou poder que a pessoa deseja, mas se sente incapaz de alcançar.
Portanto, a frase “Onde há medo, há desejo” sugere que muitas vezes o medo e o desejo estão intrinsecamente ligados em níveis conscientes e inconscientes da mente humana, e que a exploração dessas emoções pode revelar dinâmicas psicológicas profundas e complexas.

O medo pode ser um sinal de desejo, explicava Sigmund Freud. Seja em sonho ou em breves fantasias angustiantes de seus pacientes, os psicanalistas observam que muitas vezes os temores revelam um impulso recalcado que, por vergonha ou condenação moral, não podem ser aceitos e passam a ser temidos. O medo é um sintoma.

Muitas mulheres manifestavam medo da gravidez e, na primeira relação sexual, engravidavam. As sexualmente reprimidas contavam, horrorizadas, seus medos de serem estupradas ou de se relacionarem com noivos tarados. Os homens que manifestavam repúdio às mulheres autoritárias, e que não aceitavam sua inclusão no mercado, acabavam se casando com esposas estremamente controladoras e impositivas. Os jovens, que ficavam apreensivos em fazer as provas, ficavam doentes no dia do exame. Todos os medrosos, estranhamente, eram confrontados com aquilo que os ameaçava.

Os conteúdos reprimidos, através da dinâmica de repressão inconsciente, transformam os impulsos genuínos em seus opostos para despistar nossa moralidade: amor em ódio, covardia em prudência. Com nossos tesões e nossas libidos amorais, somos muitas vezes socialmente acusados por nossas preferências e pressionados a repudiar aquilo que gostamos — nós então nos disfarçamos. Violência, abuso, preconceito, pansexualidade, sadismo, radicalidade… Tudo aquilo que tememos são expressões invertidas daquilo que gostaríamos de experimentar.

Quando penso sobre o medo, não o vejo como um sentimento comum. Não é algo que nos une, que nos conecta. Pelo contrário, ele cria barreiras, nos impede de nos aproximarmos uns dos outros. O medo transforma as pessoas em sombras, obscurecendo-as, tornando-as distantes. E quando nos perdemos em meio a essa escuridão, perdemos também quem está do outro lado, porque eles se tornam irreconhecíveis, uma presença vaga, sem identidade.

Lembro-me de um outro medo que experimentei, o medo da minha própria sombra. Era um medo insustentável, o medo de encontrar em mim algo desconhecido, sem rosto, que se movia conforme eu me movia. Esse medo é o início de uma jornada de autoconhecimento, uma busca pela compreensão da sombra que se transforma ao longo do tempo. Ela passa de fantasma a parte integrante de mim, refletindo-se no espelho da minha própria existência.

Mas o medo não é apenas sombra e escuridão. Ele também tem um papel educativo, estabelecendo limites e fronteiras. É uma ferramenta de aprendizado, uma alavanca que impulsiona o nosso crescimento. O medo da falha, do julgamento, do desconhecido. No entanto, não podemos permitir que o medo domine nossa educação. Não podemos construir uma pedagogia baseada no medo.

Embora o medo seja uma parte inevitável da vida, devemos aprender a enfrentá-lo com coragem. Devemos buscar entender seus ensinamentos sem nos deixarmos paralisar por ele. Pois, no final das contas, é a coragem que nos permite avançar, mesmo quando o medo tenta nos deter.

Sentimentos enigmáticos, o medo e o desejo dançam em um intricado balé dentro de nós, moldando nossas percepções e anseios. Aprender a educá-los é uma jornada de autodescoberta, uma busca pelo equilíbrio entre temor e esperança, entre o medo e o desejo.

Não é apenas uma questão de evitar o medo ou utilizá-lo como ferramenta de ensino, mas sim de transformá-lo em algo mais nobre, em um sentimento que nos conduza à prudência e ao respeito. É o amor que desempenha esse papel transformador, levando o medo a se tornar parte de um espectro mais amplo de emoções, onde o temor se mescla com a esperança.

Assim como a imagem que Leonardo da Vinci descreve da caverna, somos atraídos e assombrados pelo desconhecido. O medo e o desejo nos impulsionam a explorar, a desvendar os mistérios que habitam nas profundezas da nossa própria natureza. É uma jornada que nos leva além das sombras da ignorância, rumo à claridade do entendimento.

Enquanto Platão nos convida a sair da caverna para alcançar a verdade, Leonardo nos lembra que o maravilhoso também reside na escuridão, esperando para ser descoberto. Portanto, não devemos temer o desconhecido, mas sim abraçá-lo com curiosidade e coragem, pois é através dessa exploração que encontramos o verdadeiro significado do nosso ser.

Quando me deparo com as nuances do medo e do desejo, percebo que somos nós mesmos que os elucidamos. Porém, é aqui que reside o ponto crucial: o que chamamos de medo e desejo é, em si mesmo, um conhecimento tanto ansioso quanto perigoso. Para Platão, é o eros que nos impulsiona, e esse eros está na interseção entre o saber e o não saber, uma mistura de sentimentos. Com Leonardo, com sua visão mais moderna e distante da filosofia grega, o conhecimento que alimentamos e no qual nos educamos está no meio do medo e do desejo, é algo ansioso e perigoso.

Recordo as palavras de Spinoza: “Não sabemos o que pode um corpo”. Ele atribui à mente a tarefa de encontrar uma causa adequada e transformar a afecção em afeto, passando da paixão à ação, alcançando a subjetivação, o estar sujeito, que só pode ser resgatado e libertado através do abandono.

Spinoza distingue a afecção do afeto, indicando este último como a afecção que encontra, pela mente, sua causa adequada ou inadequada, resultando em um afeto alegre ou triste. O afeto é, portanto, determinado, conhecido, vivido com consciência. A afecção, por outro lado, nos atinge, é inerente ao corpo e à mente, mas é algo que a mente não sabe sobre o corpo, e o corpo não sabe sobre si mesmo.

E é aqui que reside o medo. Esse não saber, essa incapacidade de encontrar uma causa adequada para nossa afecção e, portanto, não conseguir transformá-la em afeto, em sentimento, para encontrar um vínculo nela, para fazer do próprio medo um vínculo e, assim, transformá-lo em sentimento, para que não seja mais medo, apenas uma afecção simples. Isso envolve nosso verdadeiro ser, aquilo que realmente somos e como podemos nos tornar pessoas verdadeiras, indivíduos autênticos, homens que falam a verdade e são verdadeiros, expressando sua própria autenticidade.

Concluo que é necessário abandonar o medo para sermos verdadeiros. Chego a essa conclusão após questionar e refletir ao longo desta jornada pela vida. Interroguei jovens, crianças, estudantes, professores, adultos, na minha prática psicanalítica e até mesmo os livros que me são queridos, lendo suas páginas como se fossem cartas de um tempo próximo ao nosso, vivo e existente. Do contrário, o medo produz máscaras. Estratégias de mentiras que nos aprisionam, confinam, separam e nos impedem de nos abrir.

Para ser verdadeiramente quem sou, para viver plenamente, é preciso doar meu medo. É uma entrega que só posso fazer ao amar, ao me entregar completamente. Vivendo existindo, e não apenas existindo sem vida.

Doar meu medo é abrir mão das amarras que me prendem, é permitir que a coragem tome o lugar do receio, que a confiança floresça onde antes havia incerteza. É um ato de entrega total, de abrir o coração para o amor e deixar que ele guie meus passos.

Somente ao doar meu medo, ao me entregar ao amor, posso verdadeiramente ser quem sou, plenamente vivo e existente neste mundo. É assim que descubro a verdadeira essência da minha existência, abraçando o desconhecido com coragem e confiança, e deixando que o amor ilumine o meu caminho. Um grande abraço,

Roberto Marinho
Publicitário e Psicanalista
Contato: Robertomarinho28@gmail.com

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Entrevista com o empresário e montanhista Rodrigo Friedrich no Granja News Cast EP 27 https://www.granjanews.com.br/entrevista-com-o-empresario-e-montanhista-rodrigo-friedrich-no-granja-news-cast-ep-27/ Wed, 03 Apr 2024 21:40:34 +0000 https://www.granjanews.com.br/?p=67383 No programa 27 do Granja News Cast entrevistamos empresário e montanhista Rodrigo Friedrich.

Nesse episódio Rodrigo fala sobre montanhismo, de treinamentos, nutrição, dá dicas do esporte, conta como foi subir o Kilimanjaro e o  Aconcágua,  da parceria com o Jornal Granja news, e comenta sobre a Homenz Granja Viana , clínica de saúde e estética masculina recém inauguraga, fala  como é viver na Granja Viana e muito mais …

O local de gravação do podcast é na produtora ST Audiovisual, especializada em produção de vídeos, transmissão simultânea, Streaming  ( Lives ), Liveshop e produção musical. Com um estúdio moderno, e muito bem organizado, a qualidade de imagem e de áudio será a melhor possível para todos que acompanharem a primeira temporada e futuras do Granja News Cast.

Para acompanhar mais, confira nossas redes sociais para sempre ficar sabendo de futuras datas, convidados e se você tiver interesse em participar, nos contate. E claro, deixe marcado na sua agenda, dia 04/04/2024 ás 21:00 hrs.

O Granja News Cast conta com patrocínio da Gold Star Patentes & Marcas, dos Restaurantes Gauchitos Grill , D Stella e apoio da Grave vídeos

Toda quinta feira as 21:00hrs um programa novo.

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Entrevista com a empresária Mayara Friedrich da Homenz Granja Viana no Granja News Cast EP 26 https://www.granjanews.com.br/entrevista-com-a-empresaria-mayara-friedrich-da-homenz-granja-viana-no-granja-news-cast-ep-26/ Thu, 28 Mar 2024 01:56:49 +0000 https://www.granjanews.com.br/?p=67323 No programa 26 do Granja News Cast entrevistamos a empresária Mayara Friedrich da Homenz Granja Viana

Nesse episódio Mayara apresenta a recém inauguraga clínica de saúde e estética masculina Homenz, fala da importância do homem se cuidar, dos tratamentos, da Granja Viana e muito mais …

O local de gravação do podcast é na produtora ST Audiovisual, especializada em produção de vídeos, transmissão simultânea, Streaming  ( Lives ), Liveshop e produção musical. Com um estúdio moderno, e muito bem organizado, a qualidade de imagem e de áudio será a melhor possível para todos que acompanharem a primeira temporada e futuras do Granja News Cast.

Para acompanhar mais, confira nossas redes sociais para sempre ficar sabendo de futuras datas, convidados e se você tiver interesse em participar, nos contate. E claro, deixe marcado na sua agenda, dia 28/03/2024 ás 21:00 hrs.

O Granja News Cast conta com patrocínio da Gold Star Patentes & Marcas, dos Restaurantes Gauchitos Grill , D Stella e apoio da Grave vídeos

Toda quinta feira as 21:00hrs um programa novo.

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Vem aí, Revela Sudoeste. Maior festival de economia criativa da região será no sábado, 23 https://www.granjanews.com.br/vem-ai-revela-sudoeste-maior-festival-de-economia-criativa-da-regiao-sera-no-sabado-23/ Thu, 21 Mar 2024 17:16:01 +0000 https://www.granjanews.com.br/?p=67227 Para estimular o turismo, promover a cultural regional e fomentar os produtores locais, no sábado (23 de março de 2024), acontecerá o 1º Conisud Revela Sudoeste – maior festival de economia criativa e cultural da região. Estão confirmadas atrações e expositores de todas as cidades que fazem parte do Consórcio Intermunicipal da Região Sudoeste da Grande São Paulo (Conisud), que é responsável pela realização do evento. A programação acontecerá no Parque Francisco Rizzo, em Embu das Artes, das 9h às 18h, a entrada é gratuita.

A celebração ao Dia Mundial da Água [22 de março] também estará na programação do evento que abordará questões de sustentabilidade que envolvem os recursos hídricos da região. Além disso, o Revela Sudoeste ascende as diferentes manifestações culturais e segmentos da economia local, proporcionando maior visibilidade e incentivando o ecoturismo.

No dia, poderão ser contempladas feiras de artes e artesanato, gastronomia, apresentações artísticas, agricultura familiar e folclore. Também haverá local para descarte de materiais reciclados, cujos produtos serão revertidos em ingressos e brindes, ‘Feira de Negócios’, ministrada pelo Sebrae, e a participação da Sabesp, que irá ressaltar a preservação ambiental e hídrica.

O Revela Sudoeste pretende explorar o potencial turístico e ecológico da região sudoeste, que possui um dos mais expressivos redutos do bioma Mata Atlântica da Região Metropolitana de São Paulo, e valorizar o patrimônio ambiental, cultural e histórico de cada cidade participante.

Serviço:

1° Conisud Revela Sudoeste – 2024

Data: 23 de março – sábado

Horário: das 9h às 18h

Local: Parque Francisco Rizzo – Embu das Artes

Endereço: Rua Alberto Giosa, 300

Participação das manifestações culturais, produtores e empresários de Cotia

Entrada Gratuita

Livre

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Por que tanta repetição nessa vida ?? https://www.granjanews.com.br/por-que-tanta-repeticao-nessa-vida/ Thu, 21 Mar 2024 14:34:39 +0000 https://www.granjanews.com.br/?p=67168 Hoje, meu coração transborda em palavras sobre um tema tão presente em nossas vidas: a repetição. Ah, como essa dança constante se faz sentir em cada esquina da existência, em cada espiral do destino.

Quantas vezes nos vemos repetindo padrões, escolhendo caminhos já percorridos, buscando resultados que parecem estar sempre um passo à frente de nossas mãos? A repetição parece ser uma teia invisível que nos envolve, nos conduzindo por trilhas familiares, mesmo quando desejamos ansiosamente desbravar novos horizontes.

Nos amores, ela se manifesta de forma sutil e avassaladora ao mesmo tempo. Como é fácil nos vermos presos nos mesmos ciclos de emoções, nos mesmos padrões de relacionamento, repetindo histórias que julgávamos ter deixado para trás. É como se estivéssemos condenados a reviver as mesmas paixões, os mesmos desencontros, os mesmos desejos ardentes que nos consomem.

E que dizer dos grandes encontros e desencontros que povoam nossa jornada? Quantas vezes nos vemos repetindo os mesmos erros, os mesmos gestos, as mesmas palavras, como se estivéssemos presos num eterno retorno ao passado? É uma dança cansativa, às vezes dolorosa, mas que parece inevitável, como se estivéssemos destinados a repetir os mesmos passos até que finalmente aprendamos a lição que a vida insiste em nos ensinar.

E então, lá estamos nós, agindo pelo mundo com nosso jeitão peculiar, repetindo gestos, escolhas, atitudes, como se fosse um roteiro já escrito nas estrelas. Às vezes nos perguntamos se algum dia seremos capazes de quebrar esse ciclo vicioso, de romper com as amarras do passado e encontrar uma nova maneira de ser e de viver.

Mas, mesmo diante da aparente inevitabilidade da repetição, há algo de belo nesse processo. Pois é na repetição que encontramos a oportunidade de nos conhecermos mais profundamente, de nos confrontarmos com nossos medos, nossas fraquezas, nossos sonhos mais secretos. É na repetição que encontramos a oportunidade de nos reinventarmos, de nos transformarmos, de nos tornarmos quem realmente somos.

Num desses momentos de reflexão que a vida nos presenteia, me vi diante de uma encruzilhada peculiar. A decisão, habitualmente uma tarefa que empreendemos com destreza, tornou-se um labirinto em minha mente. A sombra da repetição pairava sobre minhas escolhas, como se os dias passados tivessem moldado uma linha condutora em meu destino.

Ah, as armadilhas da rotina! Parecia que a cada passo que eu dava em direção a uma nova decisão, sendo escolhas, por exemplo, eu me encontrava no mesmo cantinho de sempre. Ou seja, fazendo as mesmas escolhas e me movimentando de forma repetida e, às vezes, até estabanada pela vida, risos.

Desabafo meu agora: mas que chatice perceber e chegar a essa conclusão. Uma ansiedade latente, nem sempre, mas, uma precipitação quase cega, acompanhada por uma estranha pressa de resolver as coisas da forma mais estabanada possível. Apesar dos anos de terapia analítica, eu ainda me percebo navegando nas águas desconhecidas da inconsciência, seguindo um curso pré-determinado há anos a fio. Mas, tem o lado bom disso tudo. Em tempo, não é ?; mais risos.

Não posso dizer que sou uma criatura desprovida de discernimento, mas quando se trata de tomar decisões rápidas, há o risco iminente de um deslize catastrófico. Porém, como em toda jornada, há momentos de pausa, momentos em que somos forçados a olhar para dentro e refletir. O fim de semana se desenrolava diante de mim, não apenas como um intervalo imposto pela dinâmica operacional das circunstâncias, mas como uma oportunidade concedida pelo próprio tecer do tempo.

E foi nesse espaço de contemplação que comecei a questionar a natureza intrínseca da repetição em nossas vidas. Entre os quilômetros percorridos em minha corrida de patins no sábado e as pedaladas desafiadoras do domingo, uma epifania se fez presente. Tudo tem sua razão de ser, como uma dança coreografada pelos astros. E pensei comigo mesmo: “Por que não compartilhar essas reflexões com meus leitores do Granja News?”.

Recordo-me de um texto que escrevi anteriormente, intitulado “Inscritos na Vida”. Nele, explorei a ideia de que viemos ao mundo com uma espécie de roteiro já escrito, uma narrativa pré-estabelecida que nos guia desde o primeiro suspiro até o último adeus. Estamos inscritos na vida, atores em um grande palco, seguindo os desejos e expectativas daqueles que nos cuidaram e moldaram.

Muitas vezes, essa repetição se desenrola diante de nós de forma sutil, quase invisível. Somente quando nos deparamos com as consequências de nossas ações é que percebemos os padrões que nos aprisionam. Podemos passar uma vida inteira presos nesse ciclo repetitivo, como bem retratou o filme “Feitiço do Tempo”, uma obra que transcende os limites do tempo e nos convida a refletir sobre nossa própria jornada.

Na psicanálise, o tema da repetição ocupa um lugar de destaque, oferecendo insights valiosos sobre o funcionamento da mente humana. É através da repetição de padrões de relacionamento, sintomas e memórias traumáticas que o inconsciente tenta nos enviar mensagens codificadas, convocando-nos a encarar nossos medos e traumas mais profundos.

Sigmund Freud, o mestre dos labirintos da mente, nos ensinou que a repetição não é apenas uma coincidência, mas sim um convite para a autodescoberta e transformação. É por meio da análise dos padrões repetitivos que podemos desvendar os mistérios de nossa própria existência e encontrar uma nova maneira de viver.

Portanto, que possamos encarar a repetição não como um fardo, mas como uma oportunidade de crescimento e evolução. Que possamos dançar ao ritmo dos ciclos da vida, abraçando cada momento com gratidão e aceitação. Pois é na repetição que encontramos a verdadeira essência da experiência humana, um eterno retorno ao eu mais autêntico e pleno.

Numa tarde tranquila, enquanto o sol brincava de esconder-se entre as nuvens, mergulhei nas páginas de um livro que há tempos aguardava minha atenção. Entre linhas e entrelinhas, encontrei-me imerso nas reflexões de dois grandes mestres da psicanálise: Sigmund Freud e Jacques Lacan. A temática que permeava minhas leituras era a repetição, esse intricado fenômeno que tece os fios invisíveis do nosso inconsciente.

 

Para Freud, a repetição era um enigma a ser decifrado, uma dança entre o presente e o passado que se desenrolava nos recantos mais profundos da mente humana. Em sua obra monumental “Além do Princípio do Prazer”, ele nos conduz por um labirinto de experiências traumáticas, onde os pacientes, mesmo sem perceber, repetiam padrões de comportamento, sentimentos e relacionamentos. Era como se o passado insistisse em ecoar no presente, como um eco doloroso que ressoa além do tempo.

Por outro lado, Lacan, com sua perspicácia singular, expandiu e reformulou o conceito de repetição em sua própria obra. Para ele, a repetição era mais do que uma mera manifestação do impulso inconsciente; era o próprio tecido que unia os fios da linguagem e da cultura. Em suas palavras, a repetição não se limitava ao nível individual, mas ecoava nas estruturas simbólicas que permeiam nossa existência, influenciando a maneira como nos relacionamos com o mundo e com os outros.

E assim, entre os diálogos entre Freud e Lacan, entre passado e presente, entre linguagem e inconsciente, surge uma compreensão mais profunda do fenômeno da repetição. Ela não é apenas uma repetição mecânica de eventos passados, mas sim uma dança entre o familiar e o desconhecido, entre a nostalgia do que já foi e a promessa do que ainda está por vir.

Mas, afinal, qual o papel da psicanálise diante desse enigma da repetição? Não busca ela apenas desvendar os mistérios do inconsciente, mas também trazer à luz os caminhos que nos levam à transformação. Através da análise dos padrões repetitivos, o analista e o paciente embarcam numa jornada de autodescoberta, explorando os labirintos da mente e buscando novas formas de compreender e integrar os traumas do passado.

Assim, entre linhas e entre vidas, a psicanálise nos convida a mergulhar nas águas profundas da repetição, não como um fardo a ser carregado, mas como um tesouro a ser descoberto. Pois é na repetição que encontramos as pistas para nossa própria redenção, os fragmentos de um quebra-cabeça que nos leva ao cerne da nossa humanidade. E que, através desse eterno retorno ao eu mais autêntico, possamos encontrar a cura para as feridas do passado e a promessa de um futuro mais pleno e consciente.

Então, que possamos abraçar essa dança da repetição com amor e coragem, conscientes de que, mesmo nas repetições mais dolorosas, há sempre uma lição a ser aprendida, um presente a ser descoberto. E que, ao final dessa jornada, possamos olhar para trás e perceber que cada repetição, por mais árdua que seja, foi uma etapa necessária em nosso caminho de crescimento e evolução.

Roberto Marinho
Publicitário e Psicanalista
Contato: Robertomarinho28@gmail.com

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Entrevista com a cantora Ana Mendes do Trio Los Angeles no Granja News Cast EP 25 https://www.granjanews.com.br/entrevista-com-a-cantora-ana-mendes-do-trio-los-angeles-no-granja-news-cast-ep-25/ Wed, 20 Mar 2024 18:46:11 +0000 https://www.granjanews.com.br/?p=67163 No programa 25 do Granja News Cast entrevistamos a cantora Ana Mendes do Trio Los Angeles.

Nesse episódio Ana conta sua história, fala da família, da Granja Viana e muito mais …ana mendes no Granja News cast

O local de gravação do podcast é na produtora ST Audiovisual, especializada em produção de vídeos, transmissão simultânea, Streaming  ( Lives ), Liveshop e produção musical. Com um estúdio moderno, e muito bem organizado, a qualidade de imagem e de áudio será a melhor possível para todos que acompanharem a primeira temporada e futuras do Granja News Cast.

Para acompanhar mais, confira nossas redes sociais para sempre ficar sabendo de futuras datas, convidados e se você tiver interesse em participar, nos contate. E claro, deixe marcado na sua agenda, dia 21/03/2024 ás 21:00 hrs.

O Granja News Cast conta com patrocínio da Gold Star Patentes & Marcas, dos Restaurantes Gauchitos Grill , D Stella e apoio da Grave vídeos

Toda quinta feira as 21:00hrs um programa novo.

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Artistas de Embu fazem show beneficente de música indiana em São Paulo https://www.granjanews.com.br/artistas-de-embu-fazem-show-beneficente-de-musica-indiana-em-sao-paulo/ Mon, 18 Mar 2024 16:48:06 +0000 https://www.granjanews.com.br/?p=67110 Que tal fazer um programa diferente em São Paulo e ao mesmo uma boa ação? Pois os músicos Renato Herédia e Leonardo Harú, que moram em Embu das Artes e formam o DuoDharma, promovem no dia 21 de março, das 20h às 21h30, em São Paulo, no espaço Mayi, a Sanga “Roda de Mantras”.

 

O espetáculo, que conta com cânticos indianos e instrumentos musicais tradicionais (como citara e harmônio), além de influências ocidentais de músicos como George Harrison, é um convite à conexão com o divino e as artes, promovendo o bem-estar e a harmonia interior.

 

“É uma ótima oportunidade para relaxar, meditar, se conectar com a sua essência e, ao mesmo tempo, colaborar com uma causa tão importante quanto o combate à fome e às guerras”, explica o músico Renato, que também é professor de canto formado pelo Speech Level Singing, tendo estudado diretamente com o idealizador do método, Seth Riggs (professor de Stevie Wonder, Michael Jackson, Ray Charles e Madonna, entre outros 120 ganhadores do Grammy).

 

O valor arrecadado com o show (que tem contribuição voluntária) será doado para a ONG Fraternidade Sem Fronteiras, que atua em alguns dos lugares mais pobres do planeta no combate à fome e na luta por um mundo em paz.

Artista eclético
Além de se apresentar há dois anos com o DuoDharma, Renato Herédia também é vocalista, guitarrista e tecladista da banda de rock Acullía, e faz apresentações com tributos a grandes nomes do rock mundial. E quem quiser conferir seu talento tem outra oportunidade no mês de março: é que dia 30 ele fará um show gratuito no Open Mall The Square, às 16h, com um tributo ao grande guitarrista e cantor Eric Clapton, um dos guitarristas mais influentes e bem-sucedidos da história do rock, e que faz aniversário dia 30 de março.

Serviço:

DuoDharma
Local: Mayí
Endereço: Rua Pereira Leite, 429 – Sumarézinho (próximo ao metrô Vila Madalena), São Paulo
Data: 21/03/2024
Horário: 20h às 21h30
Ingresso: Contribuição voluntária

Tributo a Eric Clapton, com Renato Herédia
Local: Open Mall The Square
Endereço: Rodovia Raposo Tavares, km 22
Granja Vianna/SP
Data: 30/03/2024
Horário: das 16h às 17h30
Ingresso: grátis.

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Entrevista com o comunicador Pablo Titto no Granja News Cast EP 24 https://www.granjanews.com.br/entrevista-com-o-comunicador-pablo-titto-no-granja-news-cast-ep-24/ Wed, 13 Mar 2024 20:02:04 +0000 https://www.granjanews.com.br/?p=67072 No programa 24 do Granja News Cast entrevistamos o comunicador Pablo Titto.

Nesse episódio Pablo conta sua história, fala sobre seu trabalho, esportes, família, da Granja Viana e muito mais …

O local de gravação do podcast é na produtora ST Audiovisual, especializada em produção de vídeos, transmissão simultânea, Streaming  ( Lives ), Liveshop e produção musical. Com um estúdio moderno, e muito bem organizado, a qualidade de imagem e de áudio será a melhor possível para todos que acompanharem a primeira temporada e futuras do Granja News Cast.

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