Após flagrar médicos dormindo em plantão, denunciar falta de medicamentos e condições precárias nas unidades de saúde, vereador é alvo de processo movido pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo). A comissão da Câmara poderá abrir processo de cassação contra o vereador, por exercer seu dever constitucional.
Há cerca de vinte dias, a Câmara Municipal de Cotia recebeu um ofício movido pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), exigindo explicações e tentando impedir que o vereador Alexandre Frota siga realizando fiscalizações nas unidades de saúde do município. Frota, que vem se destacando por sua atuação fiscalizatória, expôs publicamente problemas graves: médicos dormindo durante o expediente, falta de ar-condicionado, escassez de medicamentos, filas intermináveis e casos de má conduta por parte de servidores públicos.
Em vez de investigar as denúncias e corrigir os problemas, setores da política local parecem determinados a punir quem teve coragem de mostrar a verdade. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal de Cotia — composta por um grupo de vereadores, incluindo Felipe Variedade e Serginho — poderá abrir um processo de cassação contra o vereador, por exercer seu dever constitucional.
Juristas e especialistas políticos veem o caso como uma clara tentativa de censura. “Estamos diante de uma aberração jurídica”, afirmou a advogada Dra. Luciana Gaston. “A Constituição Federal, em seu artigo 31, assegura ao vereador o direito — e o dever — de fiscalizar os serviços públicos. Tentar cassar um mandato por isso é institucionalizar a perseguição.”
Frota constituiu o advogado Dr. Arthur Rollo para cuidar de sua defesa e esteve em Brasília reunido com especialistas para reforçar sua estratégia jurídica. Procurado, declarou que não comentará o caso enquanto estiver em trâmite, mas confia plenamente na Justiça e em sua equipe.
Reconhecido por seu trabalho social, Alexandre Frota tem conduzido projetos de doação de cestas básicas, leite e medicamentos, além de facilitar o acesso de famílias vulneráveis a exames, consultas e cirurgias. “Querem silenciar quem não aceita o abandono da população”, afirmou um assessor próximo.
A crise política em Cotia levanta uma pergunta inquietante: quando denunciar virou motivo para punição, quem está realmente quebrando o decoro?
A realidade é dura e escancarada: quem fiscaliza, vira réu. E quem abandona o povo, segue impune.