Texto e fotos por Victor de Andrade Lopes
A Câmara dos Vereadores de Cotia realizou na tarde e noite de ontem (22/8) sua vigésima quinta sessão ordinária de 2017. Exceto por um requerimento, nada chegou a ser discutido ou aprovado, mas a sessão foi marcada por críticas dos vereadores contra a Sabesp e o Consórcio Construtor São Lourenço (CCSL).
Celso Itiki (PSD), que vem manifestando sua indignação com o trabalho da empresa em praticamente todas as sessões, fez um relato da reunião que teve na última segunda-feira (21/8) com o promotor de justiça de Cotia Ricardo Navarro, o prefeito Rogério Franco e representantes do CCSL para falar sobre os transtornos que a obra vem trazendo à região de Caucaia do Alto (veja detalhes aqui). Segundo ele, Navarro estipulou um prazo para que o consórcio volte a deixar as vias transitáveis para automóveis e pedestres. “Eles culpam as chuvas, mas por três meses não choveu, e mesmo assim aquela área estava intransitável”, disse Celso.
Posteriormente, na reta final da sessão, os vereadores aprovaram por unanimidade o requerimento 17/2017, que convoca o CCSL a informar o prazo para o término das obras, pois os parlamentares entendem que enquanto as obras não terminarem, não adianta reparar vias que logo depois poderão ser danificadas novamente.
Professor Osmar (PV) aproveitou o ensejo para convocar seus colegas a se unirem e cobrarem mais atenção à região de Caucaia, que tem muitas ruas de terra que ficam complicadas em dias de chuva.
Edson Silva (PRB) levou à tribuna a questão das diversas associações que prestam serviços sociais do município, que estaria agonizando financeiramente. “O repasse não aumentou nada entre 2014 e 2017”, lamentou o parlamentar. Em outro momento, ele pediu a volta do programa Câmara Itinerante, que promove sessões da Câmara em outros locais da cidade.
Eduardo Nascimento (PSB) voltou a criticar a situação da segurança pública na cidade. “Vou insistir nisso até o secretário [Almir Rodrigues, que também é vice-prefeito] ouvir. Os guardas municipais não recebem nem vale alimentação, isso é uma humilhação!”, disse. Ele também alertou para a situação da Praça da Matriz. “Ela precisa ser arrumada e cuidada constantemente, senão vai virar uma cracolândia”.
Sobre a situação das associações de serviço social, Fernando Jão (PSDB), ex-secretário de governo, disse que Rogério consultou todas as creches particulares da cidade para averiguar possibilidades de convênios com a prefeitura, mas descobriu que apenas duas têm a documentação necessária. “Vamos nos unir e pedir à Secretaria de Indústria e Comércio que regulamente essa questão”, sugeriu Fernando.
O tucano também abriu uma rodada de críticas à Sabesp. “Ela está brincando com a cidade! E o [governador de São Paulo, Geraldo] Alckmin, em que pese ser do mesmo partido que eu, ainda quer transformá-la em holding [veja detalhes aqui], com o governo como sócio majoritário. E as cidades, como ficam? O prefeito está brigando com a Sabesp e essa casa tem que brigar também”, concluiu.
Marcos Nena (PMDB) corroborou suas palavras e criticou ainda o fato da concessionária cobrar pela coleta e tratamento de esgoto sem realizá-los de fato. Até o presidente da casa, Paulinho Lenha (PSB), pronunciou-se a respeito: “A Sabesp não cumpre os contratos com o município e ainda cobra o esgoto para poluir nossos rios.”
Marcinho Prates (SD) parabenizou os secretários de saúde e obras, Magno Sauter Júnior e Rodrigo Dantas, respectivamente, por suas atuações à frente de suas respectivas pastas. Anunciou também que 37 escolas do município serão reformadas.
Ainda em sua fala, Nena relatou ter feito uma visita ao Mercadão de São Paulo para aprender sobre o funcionamento do local. Depois, questionou o atual modelo do mercado de Cotia: “Não sabemos quanto cada vendedor está pagando pela concessão e o município não está ganhando nada. Tem que ser privatizado!”. A Danúbio Azul também não escapou de suas críticas. ‘Ela está há anos operando em Cotia e os pontos de ônibus não têm um abrigo sequer contra o sol e a chuva!”, lamentou.
Em sua fala, o líder do governo, Dr. Castor (PSD), limitou-se a dizer que concorda com as críticas dos colegas e que a prefeitura pretende atuar para resolver os problemas.