GCM Leandro Rodrigues, protetor animal, realiza trabalho para minimizar a situação e espera receber apoio da comunidade
Por Victoria Cattony
Fotos: Michel Cutaith
Para alguns, os animais são “filhos”, seus peludinhos e muito bem cuidados, enquanto que, para outros, são encarados como vítimas fáceis de maus-tratos e agressão. A segunda situação é advertida e combatida há anos por protetores e agentes que trabalham em prol de defender os direitos dos pets. No entanto, ainda ocorrem muitos casos, que hora são denunciados, hora ainda nem foram descobertos.
De acordo com a Base de Legislação Brasileira, a lei Nº 14.064 da Constituição Federal, “Altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, para aumentar as penas cominadas ao crime de maus-tratos aos animais quando se tratar de cão ou gato”. Dessa forma, animais domésticos passam a ser considerados vítimas de agressão e aqueles que forem pegos em flagrante podem responder por crime e receber punições judiciais, a depender do caso e sua gravidade.
Leandro Rodrigues, profissional da Guarda Civil Municipal de Cotia, protetor animal e fundador do Projeto Eu Defendo os Animais, dividiu com o jornal Granja News sua trajetória na causa e comentou a respeito das situações frequentes de maus-tratos aos pets que ocorreram e continuam a acontecer na cidade.
O que o fez começar a atuar na causa animal foi um fato que aconteceu com uma pessoa próxima de sua família. Ela levou o cachorro em um Pet Shop, lá eles o medicaram sem autorização, e ele veio a falecer. Após essa e outras acusações e denúncias para o estabelecimento, a rede de segurança pública de Cotia conseguiu lacrar o local e o sujeito que, descobriu-se depois, se passava por veterinário, fugiu. Alguns animais continuaram dentro do espaço e vizinhos acionaram Leandro para resgatá-los. Ao chegarem, encontraram uns mortos, outros em estado grave, e ainda utensílios inadequados para procedimentos, assim como, medicações vencidas, entre outros.
“A pessoa fazia cirurgias a sangue frio, usava agulha de costura e linha de anzol. Era uma coisa muito terrível, muito triste e muito cruel. Dali em diante comecei minha caminhada. Senti que precisava fazer e me dedicar mais por eles. Decidi que abraçaria e defenderia a causa e os direitos dos animais”, relembra o protetor, que conta ter uma ligação com os pets desde novo, quando morava com os pais em um sítio.
GCM Leandro conta que a maior recorrência no momento da pandemia, em Cotia, está relacionada ao abandono dos animais por falta de condições financeiras, e também, os maus-tratos, principalmente aos cachorros. Para ele, os pets devem ser considerados como membros da família, receber amor e carinho para que eles entreguem em troca sua companhia e afeto, que chega a ser indescritível. Diante disso, sua missão, junto de seus colegas, é dar o melhor de si, lutar incessantemente contra os maus tratos e procurar trazer soluções para a proteção, considerando que há uma fragilidade dos recursos públicos em estrutura para suprir tais necessidades.
O protetor comenta que a cidade carece de um hospital veterinário municipal, assim como políticas voltadas a atender os casos encontrados. “Desde o resgate, nós encaminhamos o pet para um profissional. Realizamos o tratamento, vacinação, castração e reabilitação para ser encaminhado por meio de uma adoção responsável para uma família que o acolha. Também arrecadamos ração e redistribuímos para quem esteja em baixas condições financeiras, e assim garantimos o alimento nesse período em que estão em dificuldade”, explica ele, após relembrar que tudo isso é provido de sua própria renda, e/ou doações que recebe de apoiadores.
Além disso, GCM Leandro procura conscientizar a população a respeito da lei que protege o direito dos animais e ensinar às pessoas o quão grave pode ser caso alguém se enquadre em seus termos. Ele espera também que, com isso, gere resultados e mais pessoas ajudem e apoiem a causa, doando ração, medicação, ou até mesmo valor em dinheiro, para que continuem revertendo em prol de tratar e salvar mais vidas.
Leandro Rodrigues