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Plano Diretor: entidades e cidadãos debatem abordagens e caminhos para a revisão

Por Victor de Andrade Lopes

Movimentos e cidadãos de Cotia promoveram na última quarta-feira (28/5) a primeira reunião do “Conversando Sobre o Plano Diretor e o Desenvolvimento Sustentável”, uma série de quatro encontros semanais para discutir o plano diretor de Cotia. Este primeiro encontro contou com os convidados Wlad Farias, ambientalista do Instituto Ecoexistir; Marcos Ummus, geórgrafo do Projeto Comunidade das Águas; e Luciane Alegre, arquiteta e membro da Diretoria Executiva aos trabalhos de Revisão do Plano Diretor.

Dani Terracini, do Transition Granja Viana (um dos organizadores do evento), abriu o encontro com uma breve introdução ao conceito de plano diretor. Em seguida, Wlad Farias explicou como sua mudança para Cotia há sete anos mudou sua visão de ambientalista. “Meu ambientalismo deixou de ser apenas uma filosofia para virar uma militância”, explicou. Wlad também contou como ele e outros interessados batalharam para que o Conselho das Cidades saísse do papel. “Nós, como cidadãos, convocamos o Conselho. Depois, a prefeitura revidou e fez a convocação oficial.”

Luciane, por sua vez, explicou que o plano é como uma constituição: atribui direitos e deveres, mas questões específicas devem ser regulamentadas nos planos setoriais. Ela também informou que a Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa) fará mapas temáticos de Cotia, que, segundo ela, serão fundamentais para compreender melhor o município. Wlad complementou afirmando que Cotia tem mais de 30 subdivisões, cada qual com uma realidade diferente, e todos os bairros podem contratar um plano próprio para apresenta-lo em discussões futuras.

Em sua fala, Marcos mostrou um mapa que ele mesmo fez sobre o adensamento urbano de Cotia. Apesar de o geógrafo alertar que o mapa continha imprecisões, o trabalho ajudou a evidenciar a urbanização ao longo da Rodovia Raposo Tavares, o crescimento de “novos centros” como Caucaia do Alto e Atalaia, e a fatia considerável que a Reserva do Morro Grande ocupa em Cotia. Ele alerta que a criação de uma linha de metrô, como muitos querem, pode ter consequências. “O metrô traz quase que automaticamente uma mudança no zoneamento: numa faixa de 1 km, pode-se aumentar a taxa de ocupação, devido à presença de uma alternativa de transporte de massas”.

Num sistema chamado de “aquário”, as cerca de vinte pessoas presentes puderam tirar dúvidas e fazer sugestões. Foram debatidas várias questões, como a viabilidade ou não de se focar as discussões do plano apenas em Cotia ou mesmo só na Granja Viana. Sylvio Sawaya, ex-diretor-presidente da Emplasa e ex-diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, explicou que a população precisa pensar em termos de região, e não de município. O líder sindical Alex da Força complementou e afirmou que Cotia tem muitos bairros, e que a própria Granja tem bairros menores e diversificados dentro dela. Basicamente, enquanto alguns defendiam discussões focadas apenas na Granja, outros argumentavam que era necessário pensar no município como um todo, senão em toda a região oeste da Grande São Paulo. A reunião terminou sem um consenso, mas a maioria aprovou o encontro e seu formato.

O segundo “Conversando Sobre o Plano Diretor e o Desenvolvimento Sustentável” acontecerá na próxima quarta-feira, dia 4 de junho, das 19hs às 22hs, no Clube Pitangueiras – Rua Santarém, 223 – Parque São George, Cotia/SP. Os convidados serão a educadora especialista na formação de corredores ecológicos Marilia Gruenwaldt e a fotógrafa, jornalista e ambientalista da Reserva do Morro Grande Ana Alcantara. As entidades que promoveram o encontro são: Movimento de Defesa da Granja Viana (MDGV), Movimento Vivo Morro Grande, Transition Granja Viana (TGV), Jornal d’aqui e Site da Granja.

Sobre Granja News

O Granja News, jornal voltado ao público da Granja Viana e região, tem circulação em todo o centro comercial da Granja, parte de Cotia e em 90 condomínios da região, como por exemplo, São Paulo II, Nova Higienópolis, Fazendinha.

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