Texto e fotos por Victor de Andrade Lopes
O Movimento em Defesa da Granja Viana (MDGV) promoveu na noite da última segunda-feira (16/3) o seu primeiro evento de 2015, dando continuidade à série de apresentações musicais e palestras “Pequeno Sarau com Conversa ao Pé da Granja”.
A música ficou por conta do violonista clássico Ido de Moraes, que entreteve os presentes com algumas peças clássicas do instrumento.
Depois, a psicóloga Marianne Niklas, moradora da região há 40 anos, falou sobre preservação ambiental. Pragmática, ela defende um combate ao desmatamento indiscriminado mais pautado em conhecimento técnico e legal do que apena em manifestações. Iniciou sua palestra perguntando aos participantes as suas histórias com o meio ambiente, e ouviu como respostas uma série de histórias tristes envolvendo desmates. “Não podemos apenas ficar lamentando, precisamos agir”, diz. E para agir, ela cobra conhecimento técnico. “Vocês sabem o que é uma árvore isolada? Uma vegetação em estágio médio de desenvolvimento?” questiona a palestrante.
Para dar um exemplo prático, ela cita o antigo terreno da Cooperativa Agrícola de Cotia, uma grande área antes vazia que foi a leilão depois que a vegetação já havia dominado o lote. Já no momento do leilão, Marianne apresentou um levantamento ambiental que inviabilizaria a comercialização da área, e o juiz aceitou. “Se tivéssemos apenas protestado, não daria em nada”, explica Marianne.
Além disso, ela salientou a importância de se registrar elementos da natureza para não correr o risco de perdê-los. “O que acontece com nascentes que ‘não existem’ oficialmente? O mesmo que acontece com indigentes mortos: são enterrados sem identificação”, explica.