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Pela permanência do Cotolengo, alunos fecham Raposo; diretor nega o fim da escola

Por Victor de Andrade Lopes

Alunos da Escola Estadual Pequeno Cotolengo de Dom Orione, localizada dentro da instituição de mesmo nome no Parque São George, em Cotia, fecharam parcialmente a Rodovia Raposo Tavares na tarde de ontem (30/7) em protesto contra o possível encerramento das atividades da instituição. Os estudantes se articularam pela internet por meio da página “Movimento Contra Fechamento da Escola Cotolengo”, no Facebook, após o surgimento de um boato de que a escola seria fechada e o terreno vendido para a construção de um empreendimento.

Desde o final da manhã, os alunos se concentraram na portaria da escola, no km 25 da rodovia, e, cerca de uma hora depois, desceram até a pista, onde tentaram, por conta própria, impedir o fluxo de veículos. A Guarda Civil Metropolitana de Cotia chegou minutos depois com quatro viaturas para garantir a segurança dos manifestantes, que portavam cartazes diversos e gritavam palavras de ordem. Apenas uma faixa ficou livre para a circulação de veículos.

Pouco depois do protesto, o padre Claudinei Niedzwiecki, diretor da instituição, reuniu a imprensa local em uma sala para uma breve explicação da situação. Ele leu e apresentou um documento do dirigente regional do ensino de Carapicuíba, Airton César Domingues, no qual declara ter recebido de Claudinei a manifestação de interesse pela renovação do contrato que mantém a instituição no local.

Depois, afirmou que boatos espalhados pelas redes sociais ajudaram a inflar uma suposta intenção de se vender o terreno da escola para a construção de um empreendimento residencial. “Este terreno não é nosso. Ele pertence à congregação que mantém todos os Cotolengos. Para estarmos aqui, nós pagamos aluguel. A escola inclusive nos ajuda a conseguir mais doações para pagarmos todas as nossas despesas. Nem sequer é esta área que está em negociação, mas sim a parte do fundo, que faz divisa com o condomínio SP II”, esclareceu Claudinei.

Ele acredita ainda que o fato de alguns topógrafos terem fincado estacas de madeira na parte alta do terreno, por onde passariam os futuros moradores do possível empreendimento, ajudou a inflar os boatos. “E como este estaqueamento foi feito bem agora, na época em que renovamos o contrato, então começaram a suspeitar que não o renovaríamos”. O contrato do Cotolengo é sempre obrigatoriamente anual, por determinação do governo estadual.

Outro fator que contribuiu para o aumento da desconfiança entre os estudantes, alunos e professores, segundo Claudinei, é que uma funcionária da Secretaria de Educação do estado esteve na escola anteriormente e afirmou que o governo estadual não podia alugar prédios para fins educacionais. Contudo, o próprio Airton explicou posteriormente que o que existe é apenas uma recomendação para que haja sempre sedes próprias, mas é possível abrir exceções – como é o caso do Cotolengo.

Claudinei ressaltou também que os boatos do fechamento do Cotolengo podem acabar prejudicando a própria instituição, uma vez que as doações podem ser reduzidas. “Quem vai doar dinheiro para uma instituição pensando que ela fechará?”, questiona Claudinei. Por isso, ele fez questão de reiterar uma vez mais que a escola continuará funcionando normalmente.

Enquanto acontecia a reunião com a imprensa, alunos e pais se reuniram em uma rua interna do Cotolengo para discutir o movimento, com a presença inclusive de um deputado estadual paulista: Carlos Giannazi, do PSOL, que reiterou o direito dos alunos de usarem o espaço físico da escola para reuniões de interesse dos estudantes.

Procurada por nossa reportagem após a manifestação, a mãe de alunos da escola e uma das articuladoras do movimento, Vilma Rodrigues, afirmou por e-mail que a história teria se iniciado quando um professor da instituição passou de sala em sala comunicando o iminente fechamento da escola e a necessidade de se desocupar o prédio até o final deste ano.

Em busca de esclarecimentos, Vilma afirma ter ido à escola, mas não conseguiu mais informações nas diversas ocasiões em que procurou os responsáveis. Enquanto isso, o diretor da instituição teria garantido que os alunos seriam realocados em outras escolas de Cotia em caso de fechamento, mas Vilma afirma não haver vagas o suficiente na cidade. Vilma afirma ainda ter sido informada pela diretoria da Escola Ary Bouzan de que o Pequeno Cotolengo iria, de fato, fechar, e que já existia inclusive uma lista de 88 alunos que iriam do Cotolengo para esta escola.

Perguntada sobre os próximos passos do movimento, Vilma explicou que eles planejam mais protestos e pretendem realizar reuniões semanais para tratar do assunto. Ela listou uma série de ações que o movimento pretende realizar, entre elas uma passeata da escola até a prefeitura de Cotia para “reinvindicar que a atual gestão nos posicione sobre as verbas destinadas à Educação e Construção de Escolas que atendam a demanda da região”, uma visita à Assembleia Legislativa e um abaixo-assinado a ser levado para o governo estadual.

Na última tentativa de contato com o diretor Claudinei, no último domingo (27/7), Vilma e alguns jovens compareceram à missa que o padre ministrava e o aguardaram no final. Ela afirma que o padre respondeu às perguntas de má vontade e foi embora sem prestar maiores esclarecimentos.

O Granja News continuará acompanhando a situação da escola e divulgará novas matérias caso a situação sofra mudanças.

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