Por Victor de Andrade Lopes
Moradores dos condomínios Chácara São João e Chácara das Paineiras, em Carapicuíba, se reuniram na noite de ontem (29/9) em uma residência no local para discutir a recente invasão de um terreno próximo por parte de militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). A invasão ocorreu na manhã de sábado e segue crescendo desde então.
O advogado dos donos do terreno, Dr. Cinésio, compareceu ao encontro para dar os informes jurídicos. Ele passou o dia tentando contatar autoridades de Carapicuíba. Primeiro, tentou o prefeito Sergio Ribeiro, que não estava. Os funcionários do local teriam informado que a área invadida estava sendo comercializada para a construção de prédios de “bom padrão”. Em seguida, ele rumou para a Secretaria de Habitação, onde o secretário, segundo ele, manifestou apoio aos moradores. O promotor Dr. Guilherme Mello Ferraz de Siqueira, também procurado por eles, teria dito que pretende tentar abrir um inquérito civil contra o prefeito por não atender Cinésio e sua equipe.
Perguntado sobre a possibilidade de uma ação de reintegração de posse, o advogado informou que está apenas aguardando a entrega de alguns documentos faltantes para entrar com o pedido. Segundo ele, a juíza tem cinco dias para apreciar o pedido, mas há jurisprudências diferentes para serem consideradas. “Tenho certeza que vamos conseguir a reintegração de posse, mas para isto é preciso pressionar o prefeito. Se algum de vocês conhecer políticos da cidade, converse com eles”, recomendou o advogado.
Os vizinhos então passaram a debater sobre a segurança do condomínio. Uma moradora afirmou que seu filho teria ouvido de um acampado com uma foice que ele iria “cortar cabeça de burguês”. Outro morador exibiu a foto do seu carro com as quatro rodas roubadas. Houve outros relatos de ameaças, tanto na reunião quanto nas redes sociais. Cinésio recomendou que todos façam Boletins de Ocorrência. “Quanto mais registros e documentos vocês tiverem, melhor”.
Alguns moradores também reclamaram de negligência por parte das polícias Militar e Ambiental, que não teriam atendido a chamados. Muitos querem que o bolsão seja regularizado para o fortalecimento das guaritas e a implantação de uma equipe de segurança armada. A questão foi discutida em maior profundidade posteriormente.
Perguntado sobre a área em questão ser uma Zona Especial de Interesse Social (ZEIS), Cinésio explicou que a qualquer momento a prefeitura do município pode determinar que uma área seja transformada em ZEIS, desde que pague uma desapropriação.
Os moradores agora aguardam os desdobramentos jurídicos para decidir os próximos passos.